terça-feira, 28 de abril de 2009

Árvores filogenéticas


Figura 1: laurissilva de Til na Madeira, com um grupo de botânicos (clicar para aumentar).

Figura 2: árvore filogenética da laurissilva do Til na Madeira (clicar para aumentar).

Sobre a Terra, quaisquer dois organismos têm um antepassado comum. De ordinário, os diagramas expressando estas relações de parentesco têm a forma de árvores genealógicas. O esforço científico de obtenção destas 'árvores' por parte dos taxonomistas e que recebem a designação formal de árvores filogenéticas ou cladogramas, é antigo: começando com a famosa árvore 'I think...' do bloco de notas de Darwin (a primeira árvore filogenética). São construídas através da comparação de caracteres morfológicos, histológicos, bioquímicos,fisiológicos, funcionais e ecológicos. E mais recentemente a partir da análise molecular comparativa do ADN. Normalmente, os taxonomistas analisam a rede de parentesco, i.e. a filogenia, de um determinado grupo taxonómico: uma ordem, uma família, um género.

O gráfico da figura 2 é uma árvore filogenética das plantas que compõem uma única comunidade florestal da laurissilva temperada madeirense, dominada por til, Ocotea foetens (por isso mesmo, na nomenclatura fitossociológica das comunidades vegetais designada por Clethro arboreae-Ocoteetum foetentis - figura 1). Foi construída por mim a partir de dados moleculares publicados em bases de dados públicas e é apenas uma aproximação. Esta não é uma forma habitual de árvore filogenética, pois expressa a estrutura filogenética de uma comunidade e não de um grupo taxonómico. Como uma boa parte dos processos de evolução são de co-evolução no seio de comunidades, é altamente informativo obter estas árvores para comprender como se organizaram essas mesmas comunidades. Uma parte da comunidade é constituída por plantas pré-adaptadas ás condições do habitat e uma parte evoluiu para se adaptar. Percebe-se também quais foram espécies simplesmente ´filtradas' pelo habitat e quais as que evoluiram, assim como quais os caracteres morfologicos novos e antigos na comunidade.

Na foto 1, da esquerda para a direita, no meio de um sub-bosque dominado pelo pteridófito Diplazium caudatum (Athyriaceae): Jorge Capelo, Roberto Jardim, José Carlos Costa, Paulo Gouveia e Miguel Sequeira.

1 comentário:

  1. faça uma dos animais vertebrados e outra dos animeis invertebrados

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