quinta-feira, 28 de julho de 2011

Leefructus mirus (Ranunculaceae)

A Science publicou em Março passado a descoberta do Leefructus mirus na formação de Yixian, na China, o jazigo de origem do Archaeofructus (vd. aqui).
O L. mirus é a mais antiga eudicotiledónea fóssil conhecida.


Não há dúvida que o Leefructus mirus tem qualquer coisa de Ranunculaceae, conforme admitem os seus autores (foto de uso livre extraída daqui).

As plantas com flores (=angiospérmicas) são hoje divididas em quatro grandes grupos: um parafilético - as angiospérmicas basais - e três monofiléticos, as magnoliidas, as monocotiledóneas e as eudicotiledóneas. Entre as mono e as eudicotiledóneas situa-se um quinto grupo constituído pelo enigmático Ceratophyllum, um género com duas espécies aquáticas presentes em Portugal: o C. demersum, tão comum nos rios de montanha ibéricos, e o C. submersum, uma planta muito apreciada pelos aquariofilistas que se tornou invasora. A divisão tradicional entre mono e dicotiledóneas já era.

O fóssil de A. mirei tem entre 122,6 e 125,8 milhões anos (Cretácico inicial). Se os mais antigos pólenes inequívocos de angiospérmicas datam de 141-132 milhões de anos antes do presente, então a radiação das plantas com flor foi um processo rápido; foi chegar e vencer. Os homens do molecular dizem-nos que não, que as angiospérmicas datam do final do Triássico, início do Jurássico, e que andaram pela Terra durante 60 milhões de anos à espera de uma oportunidade (vd. aqui).
Continua tudo em aberto.

2 comentários: