sábado, 28 de julho de 2012

Fabaceae ou Leguminosae - qual o nome correcto?

Por várias me perguntaram se o nome correcto das leguminosas é Fabaceae ou Leguminosae. E a resposta é ... ambos os nomes são correctos.
Código Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos e Plantas (International Code of Nomenclature for algae, fungi and plants, ICNafp) autoriza o uso de nomes tradicionais familiares em oito famílias de plantas-com-flor, a saber: Compositae (Asteraceae), Cruciferae (Brassicaceae), Gramineae (Poaceae), Guttiferae (Clusiaceae), Labiatae (Lamiaceae), Leguminosae (Fabaceae), Palmae (Arecaceae) e Umbelliferae (Apiaceae). Estes taxa têm, portanto, nomenclatura dupla. Mas, atenção, o nome Leguminosae refere-se, obrigatoriamente, a um conceito alargado de Fabaceae que inclui as subfamílias Caesalpinioideae, Mimosoideae e Faboideae.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Trifolium isthmocarpum (Fabaceae)

Antes de repegar no Trifolium alexandrinum uma foto de T. isthmocarpum:


Plantas cultivadas de T. isthmocarpum.

Este belíssimo e odorífero trevo, que vi uma única vez nas salinas do estuário do Sado, foi descrito pelo enorme botânico português Félix de Avelar Brotero, no primeiro volume da sua Phytographia Lusitaniae Selectior, em 1816.
A biblioteca digital do Jardim Botânico de Madrid disponibiliza on-line, aqui http://bibdigital.rjb.csic.es/spa/index.phpgrande parte da bibliografia clássica botânica, directa ou indirectamente, relacionada com a flora da Ibéria. Deste fantástico acervo extraí o ícone broteroano de T. isthmocarpum:

Desenho fabuloso.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Lotus pedunculatus Cav. [Leguminosae] + Digitalis purpurea L. [Plantaginaceae], etc.


Hoje, na Serra da Estrela, alt. c. 1500 m:

Leguminosae Lotus pedunculatus Cav. Icon. [Cavanilles] ii. 52. t. 164. 

(http://www.ipni.org/ipni/idPlantNameSearch.do?id=503822-1)

Digitalis purpurea L., Sp. Pl. 2: 621. 1753 [1 May 1753] View page [BHL]

Original Data:Notes: Europ

(http://www.ipni.org/ipni/idPlantNameSearch.do?id=802077-1) 

Lamiaceae Prunella vulgaris L., Sp. Pl. 2: 600. 1753 [1 May 1753] View page [BHL] 

Original Data:Notes: Reg. temp

(http://www.ipni.org/ipni/idPlantNameSearch.do?id=455176-1)

e ainda uma abelha não identificada sobre Lotus pedunculatus...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Trifolium alexandrinum (Fabaceae) I

Qual é a planta mais cultivada no Egipto moderno?
Se a agricultura do Egipto antigo se tivesse mantido, imutável, até aos dias de hoje, o Triticum diccocum povoaria a terras submergidas pelas cheias do Nilo (as cheias decorrem entre Julho e Setembro, sendo o cereais de pragana semeados no Outono; o T. diccocum, o farro dos agrónomos clássicos romanos, é um trigo vestido tetraplóide, hoje extinto  no território continental português, muito cultivado na proto-história e no período romano). Nas terras mais interiores, de cota um pouco mais alta, marginalmente banhadas pelas águas do Nilo, o trigo seria substituído pela cevada (Hordeum vulgare), o cereal mediterrânico mais adaptado à escassez de água.
A combinação de altas temperaturas na Primavera-Verão com água abundante para rega é, obviamente, favorável às plantas C4, como o milho ou o sorgo. Estas espécies são ambas fundamentais na alimentação das populações rurais egípcias actuais.
O cultivo industrial do algodoeiro, sobretudo do algodoeiro-de-fibra-longa (Gossypium barbadense), foi a base da economia egípcia desde a fundação da dinastia Alawiyya, no início do século XIX, até à segunda metade do séc. XX.
Mas não. Pese embora a importância dos cereais de Outono-Inverno (sobretudo do Triticum aestivum «trigo-mole»), do milho, do sorgo, ou da cultura do algodoeiro, a planta mais cultivada do Egipto é um simples trevo anual, o Trifolium alexandrinum, conhecido na comunidade agronómica por bersim.


Trifolium alexandrinum «bersim». É muito fácil distinguir o T. alexandrinum dos seus congéneres. Para além dos capítulos pedunculados de flores branco-amareladas, que emergem de duas folhas opostas, o bersim caracteriza-se por possuir grandes pêlos na margem das estípulas (vd. foto).

sábado, 14 de julho de 2012

Tetragonia tetragonoides (Pall.) Kuntze (Aizoaceae)




Ainda aqui não tinha sido postada a bela Tetragonia tetragonoides (Pall.) Kuntze (Aizoaceae), uma erva cultivada e subespontânea em Portugal, que se poderá eventualmente, com os devidos cuidados (convém a propósito deste assunto consultar o precioso esclarecimento do ilustre botânico CA, que se pode encontrar no quarto comentário, mais abaixo!), colocar na sopa.

"Aizoaceae Tetragonia tetragonoides ( Pall. ) Kuntze

Revis. Gen. Pl. 1: 264. 1891 [5 Nov 1891] (as "tetragoniodes")

Links: basionym:Aizoaceae Demidovia tetragonoides Pall. Enum. Hort. Demidof 150 (-157; t. 1). 1781"

(http://www.ipni.org/ipni/idPlantNameSearch.do?id=1194241-2)


terça-feira, 10 de julho de 2012

Ulex micranthus Lange (Fabaceae ou Leguminosae)

Mais uma planta caramulana: um tojo de flores pequenas - belo arbusto endémico exclusivo da Península Ibérica:
Ulex micranthus Lange, da Serra do Caramulo, BA: Oliveira de Frades: Varzielas, Monte Teso, junto à EN 230, na orla de um lameiro, atravessado por uma linha de água, NE7094, c. 870 m, 15.VI.2005.
Pode encontrar-se em vegetação da classe de matos Calluno-Ulicetea.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Algumas plantas caramulanas (várias famílias) + um ortóptero


Para iniciarmos bem o mês de Julho, trazemos aqui algumas belas plantas caramulanas anuais, pertencentes a três famílias diversas:
Campanula lusitanica L. in Loefling, Iter Hisp.: 111. 1758 (Campanulaceae),
 um endemismo da Região Mediterrânica Ocidental
 (http://ww2.bgbm.org/EuroPlusMed/PTaxonDetail.asp?NameCache=Campanula%20lusitanica&PTRefFk=7400000) 

Também se podem observar - à direita, nas fotos:
Filago minima (Sm.) Pers., Syn. Pl. 2: 422. 1807
= Gnaphalium minimum Sm. = Oglifa minima (Sm.) Rchb. f.
 = Logfia minima (Sm.) Dumort., Fl. Belg. (Dumortier) 68. 1827 (Asteraceae ou Compositae)
(http://ww2.bgbm.org/EuroPlusMed/PTaxonDetail.asp?NameCache=Filago%20minima&PTRefFk=7000000)

assim como - do lado esquerdo, nas fotos :
Micropyrum tenellum (L.) Link in Linnaea 17: 398. 1844
 um endemismo da Região Euro-Mediterrânica
(http://ww2.bgbm.org/EuroPlusMed/PTaxonDetail.asp?NameCache=Micropyrum%20tenellum&PTRefFk=7100000)

...E ainda um pequeno ortóptero, que pertencerá provavelmente ao género Phaneroptera Serville, 1831, da família Phaneropteridae, da ordem Orthoptera - identificação gentilmente providenciada pelo ilustre naturalista Carlos M. Silva.