sexta-feira, 29 de junho de 2012

Hypochaeris radicata L., Andryala integrifolia L. e Conyza sp. (Compositae),

Trazemos desta vez aqui uma foto com três compostas pertencentes a três géneros diferentes, todas muito comuns em Portugal (Norte, Centro e Sul), por exemplo em locais com vegetação ruderal:

Hypochaeris radicata L., Andryala integrifolia L. e Conyza sp. (Compositae ou Asteraceae), proveniente da Serra de Montemuro, entre Armamar e Tarouca, local xistoso, ca. 800 m, 1.VII.2010 (obtida há quase exactamente dois anos).

terça-feira, 26 de junho de 2012

Ceropegia Woodii (Apocynaceae)


Esta beldade sul-africana tuberosa ainda aqui não tinha sido postada:
"Asclepiadaceae Ceropegia woodii Schltr.

Bot. Jahrb. Syst. 18(4, Beibl. 45): 34. 1894 [22 Jun 1894]

Links:

basionym of:Asclepiadaceae Ceropegia linearis E.Mey. subsp. woodii (Schltr.) H.Huber Mem. Soc. Brot. 12: 118. 1957

Original Data:

Notes: Afr. austr"
(http://www.ipni.org/ipni/idPlantNameSearch.do?id=95848-1)

Actualmente considera-se pertencer à família Apocynaceae (provavelmente por óptimas razões), embora seja tradicionalmente uma Asclepiadácea.

domingo, 24 de junho de 2012

Trifolium purpureum (Fabaceae)

Os Trifolium vão e vêm, neste blogue. Ante-ontem ensinaram-me este:


Trifolium purpureum (Fabaceae)

Uma espécie de inegável interesse ornamental, originária do mediterrâneo oriental, morfologicamente próximo do nosso T. angustifolium, ao qual chegou ser subordinado com a categoria de subespécie.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Medicago minima (L.) L. (Leguminosae)

Continuando com trevos, luzernas e afins, aqui fica a belíssima:
Leguminosae: Medicago minima (L.) L., Fl. Angl. (Linnaeus) 21. 1754
= Medicago polymorpha L. var. minima L. , Sp. Pl. 2: 780. 1753 [1 May 1753]
(http://www.ipni.org/ipni/idPlantNameSearch.do?id=506286-1;
 http://www.theplantlist.org/tpl/record/ild-31590)

Este trevinho anual pode encontrar-se em locais ruderais ou mais comummente em locais com vegetação pratense anual da classe Tuberarietea guttatae, sendo entre nós frequente sobretudo no Centro e Sul de Portugal.

Se por acaso os ilustres autores da grande obra sobre trevos, luzernas e afins -cuja publicação felizmente se avizinha- tiverem algum interesse nas nossas modestas fotos, teremos todo o gosto em disponibilizá-las para esse efeito!

sábado, 16 de junho de 2012

Trifolium physodes (Leguminosae)



Ainda aqui não tinha sido postado este trevo formoso e raro, de inflorescências bem infladas e róseas, que outro dia (12.VI.2012) tivemos a fortuna de encontrar, na companhia de uns belos musgos húmidos, na margem de um caminho pedregoso, junto às ruínas de Conímbriga (BL), em pleno Centro-Oeste calcário (CW. calc.):
"Leguminosae: Trifolium physodes Steven ex M. Bieb., Fl. Taur.-Caucas. 2: 217. 1808; Original Data: Notes: Europ. austr.; Oriens"
(http://www.ipni.org/ipni/idPlantNameSearch.do?id=523545-1)


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Erigeron karwinskianus (Compositae) e Parietaria judaica (Urticaceae)

Num post muito breve e simples, trazemos aqui hoje duas belas espécies ruderais muito comuns: a exótica ornamental americana Erigeron karwinskianus DC. (Compositae) e a nativa e abundante Parietaria judaica L. (Urticaceae), que se podem encontrar frequentemente associadas no seio da classe Parietarietea, de vegetação ruderal, de muros e de paredes rochosas.

domingo, 3 de junho de 2012

Quercus robur L. subsp. broteroana O. Schwarz? (Fagaceae)

Nem todos os botânicos aceitam o táxon Quercus robur subsp. broteroana. Uma subespécie de carvalho-roble (ou carvalha, carvalheira), endémica da península ibérica, que se distribui pelo litoral da Galiza e de Portugal a norte do rio Tejo, entrando apenas ligeiramente para o interior. Quem o aceita, diz poder distingui-la da subespécie típica da seguinte forma:

1. Quercus robur subsp. robur:
Raminhos jovens glabrérrimos; folhas macias com a página superior mate e cedo caducas; cúpulas pequenas com menos de 16 mm, com escamas acinzentadas obtusas.
2. Quercus robur subsp. broteroana:
Raminhos jovens com alguns pelos simples; folhas algo coriáceas com a página superior lustrosa, caducas tardiamente e algumas marcescentes; cúpulas grandes com mais de 16 mm, com escamas castanho-escuras, pardacentas, agudas.

(Tradução livre de: Rivas-Martínez, S. & C. Sáenz Laín (1991). Enumeración de los Quercus de la Península Ibérica. Rivasgodaya 6: 101–110.)

Há já alguns anos que observo com atenção as carvalhas, com a intenção de tomar uma decisão mais informada sobre o assunto. Optei por aceitar o táxon nos estudos que realizei na bacia do rio Paiva porque:

1. As folhas de verão apresentam, frequentemente, consistência coriácea.
2. Parte das folhas ficam secas e presas nas árvores durante o outono/inverno (marcescência; não confundir com os ataques de Altica quercetorum que levam as folhas a secar logo no verão!). (Provavelmente por razões apenas climáticas algumas folhas chegam mesmo a ficar verdes durante o outono e inverno - semicaducifolia -, em especial em áreas mais abrigadas ou termotemperadas.)
3. Detetei, invariavelmente, na página inferior das folhas perfeitamente desenvolvidas, a presença abundante de pequeníssimos tricomas (circa 0.1 mm), transparentes, apenas bem visíveis a grande ampliação (30x a 40x) e com luz rasante. (De resto, a aparência da folha é glabra à vista desarmada ou a ampliações inferiores.)
4. Detetei, por vezes, na página superior, pelos simples de 0.2 a 0.3 mm, sobre a nervura central, próximo do pecíolo, das folhas imaturas (com menos de 1 cm de comprimento); normalmente poucos, 1 a 4, que rapidamente desaparecem, apenas a folha ultrapasse aquela medida.

Destes últimos, o terceiro pareceu-me particularmente relevante, até porque este caráter está presente nas populações do Paiva, mas também de Sintra e (vi esta Páscoa) de Pombal. Posteriormente, detetei ainda tricomas glandulosos, avermelhados, não só sobre a nervura central, mas mesmo no limbo das pequenas folhas imaturas (< 1 cm), na página superior. A presença muito rara de tricomas glandulosos em folhas de Quercus robur não é nova (vide Uzunova, Palamarev & Ehrendorfer (1997). Anatomical changes and evolutionary trends in the foliar epidermis of extant and fossil Euro-Mediterranean oaks (Fagaceae). Plant Systematics and Evolution 204(3): 141–159. doi:10.1007/BF00989202.)

Esta Páscoa dei com uma carvalha num terreno do meu pai em Pombal e decidi fotografar os tricomas da página superior e inferior, para colocar aqui no blogue.


Esta é uma fotografia (6 de abril de 2012, Pombal) tirada sobre a minha lupa de campo (20x). Foi a única foto, entre meia centena, em que consegui captar condignamente os tricomas glandulosos, avermelhados, da página superior de uma folha ainda muito pequena (acabada de brotar). Apesar de ter tentado (e muito!) captar os minúsculos tricomas transparentes da página inferior, não consegui. Porém, enquanto escrevia este artigo, tive uma ideia!

Fui aqui a um quintal, onde tenho umas carvalhas plantadas que trouxe da praia natural do Pego (rio Paiva); colhi umas folhinhas acabadas de brotar e coloquei-as na lupa binocular. Fotografei um dos óculos e eis o resultado:



Na primeira (2 de junho de 2012, Campo Benfeito) vêem-se os minúsculos tricomas transparentes da página inferior, abundantes entre igualmente minúsculas papilas. Esta foto foi feita há pouco na lupa binocular regulada para 40x. A segunda é apenas um recorte da primeira fotografia.



Nestas duas (2 de junho de 2012, Campo Benfeito) observam-se os tricomas glandulosos da página superior, também com a lupa binocular regulada para 40x. A segunda é também um recorte da primeira fotografia onde, no centro, se podem observar dois pelos simples sobre a nervura central.

Serão estes os carateres distintivos de Quercus robur subsp. broteroana?... Não sei ao certo. Nunca tive a oportunidade de observar detalhadamente espécimes de outros países da Europa... (embora, de todos os carateres, os pequenos tricomas da página inferior parecem-me muito fiéis aos exemplares portugueses e que, caso estivessem presentes na subespécie tipo, teriam grande probabilidade de ter já sido detetados). 

Talvez algum leitor amigo do presente blogue queira e possa repetir a experiência com exemplares de outras proveniências...